Sábado, 23 de agosto de 2014.
Acordei cheia de vontade de ir ao banheiro. Tudo normal até aí, afinal com aquela barriga de 41 semanas e 3 dias de gravidez, ir ao banheiro era o que eu mais fazia.
Olhei no relógio: 8h:25 min. Pensei que eu teria que levantar as 9h para ir em um compromisso. Me deu preguiça de levantar, sabendo que poderia dormir mais um pouco, até que percebi algo diferente, uma leve cólica. Lembrei que durante a noite senti algumas também, mas nada que me fizesse acordar de fato.
Resolvi levantar e fui no banheiro. A cólica veio mais forte. Olhei na calcinha uma sujeirinha marrom claro e um pouco de líquido. Na hora imaginei que poderia ser alguma ruptura alta de bolsa com líquido amniótico, deu um medinho, tirei foto e mandei pra doula (sim, ela deve ter acordado faceira com uma foto de calcinha suja rsrsrs).
Chamei o Andrei, disse que tava sentindo umas cóliquinhas, ele já se empolgou e disse "é hoje que vamos parir então?". Não dei muita bola, pois ele dizia isso todos os dias pela manhã, desde as 38 semanas hahaha
Começamos a arrumar um pouco a casa e nos arrumarmos pra sair, fiquei na dúvida se deveria ir ou não, se seria o ínicio do trabalho de parto ou não...resolvemos ir, até para distrair, vai que não fosse nada e logo tudo parasse. Antes de sair fui ao banheiro de novo e saiu um liquido mais marrom, bem forte. Mandei foto de novo pra doula. Ela já estava empolgada, mas eu ainda pensava na tal bolsa, se poderia ter estourado.
Saímos, comemos algo na rua e as cólicas persistiam. No lugar que fomos tentava disfarçar quando vinham, pois haviam pessoas da família e eu não queria que ninguém soubesse de nada.
De lá resolvemos voltar caminhando até em casa, se fosse TP ajudaria quem sabe! Confesso que não estava muito iludida, mas na caminhada a coisa começou a ficar mais forte, algumas vezes tinha que parar, agachar e esperar passar, aí comecei a empolgar: será mesmo que meu bebê chega hoje?
No caminho recebi a ligação da doula. Ela e a Zeza, nossa Enfermeira Obstetra estavam passando perto da nossa casa e queriam dar uma "olhadinha em mim" rsrs. Como estávamos na rua, elas vieram até nós, pararam o carro na avenida mesmo, eu entrei e a Zeza deu uma olhada: tudo ok! E não, não havia estourado a bolsa. Decidimos passar na casa dos meus pais pra pegar algumas coisas, depois resolvemos almoçar por lá mesmo. As dores vinham, eu achava estranho pois sempre ouvi nos relatos que começavam com leves cólicas bem espaçadas e iam aumentando. No meu caso, vinha uma atrás da outra, as vezes mais fracas, as vezes mais fortes. Bem aquela cólica de quando vamos menstruar.
Era 13:30 quando decidimos ir pra casa pois eu já tava sentindo dor mesmo. Chegamos e fomos "arrumar o ninho". Eu queria fazer mil coisas ao mesmo tempo, mas só pensava em ir pro chuveiro ver se a coisa melhorava. Andrei, coitado, começou a correr com tudo e eu dando mil ordens. Organizei o que pude, não aguentava mais pois a dor vinha toda hora, contração atrás de contração. Fui pro chuveiro. Uuhhhhh que alívio, água quentinha na lombar, tudo de bom. Detalhe: no dia fazia 31 graus. Em pleno inverno de Porto Alegre. E eu que tanto medo tinha de parir no frio, de congelar no trabalho de parto. Fresca! haha
Era 16:30 quando a Zezé e a Zeza ligaram pra saber como estavam as coisas. Pedi pro Andrei falar, pois eu não conseguia pensar direito. Elas resolveram passar pra dar mais uma olhada em mim. Até esse momento eu ainda não acreditava que era TP, pensava que a qualquer momento tudo poderia parar ou que a coisa poderia se arrastar muito. Elas chegaram e fizemos um exame de toque, nem me empolguei pois sabia que era cedo, mas para minha surpresa já estava com 4 cm de dilatação.
Nossa, que alegria, era verdade mesmo, o Rudá tava chegando!!!
Como as coisas estavam avançadas elas resolveram já ficar, pois achavam que podia ser tudo muito rápido.
A partir da chegada delas eu perdi um pouco a noção do tempo, das coisas.
Lembro que fiquei na sala, sentada na bola com a Zezé me fazendo massagem. Andrei e a Zeza começaram a encher a piscina. Fiquei caminhando pela casa até que fui pro chuveiro de novo. A coisa tava pegando mesmo, mas eu ainda conseguia pensar e até falar alguma coisa quando as contrações davam uma espaçada maior.
Teve um momento que a Zeza pediu pra fazer um toque e percebeu que havia um coágulo no colo do útero. Talvez por isso minhas contrações já começaram fortes, no nível punk mesmo.
Em algum momento chegou a irmã da Zeza, Isabel, que também é enfermeira obstetra.
Fiquei um bom tempo no chuveiro, com a Isabel, Zezé e o Andrei. Agarrada na bola, deixava a água cair sobre a lombar, aliviava muito, mas eu sentia muita dor nas costas e na parte de baixo da barriga.
De repente elas deixaram só eu e o Andrei no banheiro. Nessa hora bateu um medo, eu não conseguia falar, mas queria saber o que tava acontecendo. Imaginei que algo podia estar acontecendo, que o coágulo no colo poderia ser algo mais grave e que eu teria que ir pro hospital. Na minha cabeça, quando uma delas entrasse no banheiro seria para dizer que íamos ter que mudar os planos e ir pro hospital. Me deu um pavorzinho e comecei a elaborar na minha cabeça uma bela desculpa pra não ir hahaha sério, estar em trabalho de parto é a coisa mais louca do mundo. Eu pensava mil coisas e não conseguia expressar nada. Só urrava na contração, respirava fundo até passar. Zezé viu uma bolsa de água quente e decidiu amarrar na minha barriga, para ajudar e foi um alívio mesmo. Lembro que nessa hora estávamos no quarto, eu ela e o Andrei e me deu uma vontade de chorar, senti uma emoção tão forte. Pensava no Rudá, que logo ele estaria ali e eu mal podia acreditar. Andrei sorria pra mim, Zezé me deu um abraço gostoso.
Finalmente a piscina ficou pronta e eu resolvi entrar. MEUDEUS! O que era aquilo? O paraíso?! Que coisa mais maravilhosa a água quentinha. Senti meu corpo todo relaxar, as contrações ficaram mais leves e eu ria de felicidade. Andrei e a Zezé na minha volta tirando fotos da minha cara de boba. Lembro que a Zezé falou "vê se isso é cara de mulher em trabalho de parto? depois querem dizer que parto é sofrimento" haha é verdade, eu tava muito feliz ali na piscina. Andrei se empolgou e entrou comigo, ficamos nós dois ali, curtindo aquele momento.
Como o coágulo não sumia, a Zeza pediu pra eu ficar numa posição mega desconfortável e eu fiquei mega brava haha de quatro, mas com a cabeça bem baixa. Era horrível, vinha a contração e eu não sabia o que fazer. Acho que nessa hora começou o meu momento "covardia". Quis ir pro chuveiro de novo. Fiquei com Andrei lá. Ele me dizia coisas lindas, me chamava de poderosa, que tava muito orgulhoso de mim. Não lembro muito, a partir daí minha memória fica meio perdida e o tempo parece uma eternidade.
Comecei a perguntar se faltava muito. Reclamava de cansaço. Falava que eu não aguentava mais. Eu queria dormir!!! Pensava comigo mesma, porque fui inventar isso, podia ter ido pro hospital e pedir uma anestesia. Aí lembrava que anestesia seria com agulha e eu tenho pavor de agulha rsrs lembro que toda vez que pensava em hospital, em dor, eu pensava no meu filho e em tudo que ele poderia sofrer e isso me dava um gás pra continuar. Eu tinha pavor de ter que ir pro hospital, pavor do que poderiam fazer com o Rudá. Eu não queria nada daquilo, então tinha que me manter firme e trazer meu filho ao mundo da forma que havíamos planejado.
Mas a hora da covardia não é tão simples assim, é uma coisa forte, uma prova de fogo. E eu sentia uma raiva de todos, de tudo. Olhava pra Zeza e ela vinha com aquele aparelhinho para ouvir o coração do bebê. Noossa que raiva eu senti dela. Pensava "lá vem ela de novo com aquele troço, pra que ouvir o coração, meu bebê tá bem. Aliás, porque a Zeza tá aqui, porque ela veio?! Que saco" hahahaha
Depois era a vez da Zezé, olhava ela ali, me ajudando nas respirações, respirando junto e me dava raiva, queria que ela parasse com tudo, mas ao mesmo tempo queria que ficasse ali comigo. Loucura total! Sobrou até pro Andrei, tadinho, me apoiou tanto desde o começo, estava fazendo tudo que podia e eu sentia raiva por ele não sentir a dor que eu sentia. Teve um momento que perguntei se faltava muito e a Zeza disse "de 10, falta 2" e os outros diziam palavras de incentivo do tipo "vamos lá, tu tá indo muito bem", "tu tá maravilhosa", "é isso aí, tu tá linda". Que raaaaaiva me deu, eu queria mandar todo mundo longe e dizer "venham sentir essa dor do caramba, quero ver quem vai tá achando maravilhoso". Mas no fim só conseguia falar "massagem" ou "vem vindo outra" hahahah.
Fiquei brava quando Andrei começou a querer me motivar. Queria me tirar do chuveiro, me levar pra caminhar pela casa. Recusei diversas vezes, até que aceitei de tanto que ele incomodou. Mas foi ótimo!
Vesti o roupão e fomos caminhar. Quando vinha a contração eu agachava, segurando as mãos do Andrei e puxando com força. Aí comecei a sentir vontade de fazer força no final da contração.
Fomos até a sala e em um momento de distração dele, olhei no celular o horário: 22:12. "Que merda! Ferrou" eu pensei. Achava que Rudá nasceria só dia 24, todos diziam que seria dia 24, ou seja, ainda faltava quase 2 horas pro dia 24. Não queria continuar sentindo dor até a meia noite rsrsrs
E lá vinha mais uma contração. Agachava, segurava a mão e puxava com força! Lembro de falar que as dores tinham mudado. Ficamos um tempo sozinhos, eu e Andrei, e foi um momento muito importante. Foi tipo uma despedida mesmo. Nos abraçamos, nos curtimos, falamos coisas um pro outro!
A partir daí comecei a pensar: e a tal da partolândia? Poxa, já to sentindo vontade de fazer força e nada de entrar na partolândia?! Que droga, até quando vai isso?!
HA HA que ilusão, acho que eu já estava há horas na partolândia e não sabia.
Voltei pra piscina, mas antes um toque: 9 cm. Na hora não entendi bem se era isso, mas hoje vejo que sim, já estava com 9 mas o coágulo continuava atrapalhando. A cada contração fazia uma força grande e colocava a mão, pra ver se sentia a cabecinha. Nada! Mais uma contração, que dorrrrr, colocava a mão e nada de cabeça de bebê. Comecei a ficar frustrada, pensando que nunca conseguiria, imagina só eu parir, que loucura, isso nunca ia acontecer. Parecia algo muito distante pra mim. Nesses últimos momentos a dor era muito intensa (era? hoje nem lembro mais o tamanho dessa dor). Eu precisava do Andrei, da Zezé e da Isabel para me ajudarem. Andrei fazia massagem na lombar, Zezé jogava água nas costas e a cada contração que vinha eu pre-ci-sa-va agarrar alguma coisa e a escolhida foi a Isabel. Eu sentia que tava chegando a contração e balançava as mãos, ela entendia e me segurava. Eu puxava e apertava as mãos dela com força. Ufa! Passava. Mas dali pouco mais de um minuto vinha outra e tudo de novo. Parecia que não ia ter fim. Senti pena de mim, mais uma vez.
Depois de várias contrações, fiquei indignada e queria saber o que eu poderia fazer pra ajudar o bebê a descer. Qual posição, qual respiração, qualquer coisa que ajudasse a terminar logo com aquilo.
Elas diziam que eu estava indo bem, que não precisava mudar nada.
Olhei de canto de olho e vinha a Zeza com o aparelhinho. Pediu que eu saísse da água para ela examinar e ver a quantas andava o tal coágulo. Dei uma chorada, não queria sair, não queria me mexer. Ela disse que eu poderia voltar logo, pro bebê nascer na água. Eu pensei "olha a ilusão dela, ainda vai demorar muito pro bebê nascer".
Saí, sentei na banqueta e a Zezé me segurou atrás. Não sei bem a ordem dos fatos agora, mas lembro que a Zeza perguntou quem queria ser o primeiro a ver a cabecinha do bebê. Andrei deu um pulo, quase gritou de algeria. Então ficaram ele e Zeza na minha frente. Não lembro muito da dor desse momento, só sentia vontade de empurrar, muita vontade. Me veio vontade de gritar. Gritei um grito agudo e alto. Me orientaram a não gritar e sim assoprar, pois ajudaria a soltar o períneo.
As contrações ficaram mais espaçadas e eu só sentia vontade de empurrar. Eu não estava tendo a noção do que rolava agora: era o expulsivo, minha gente! Apaguei, me desliguei do mundo, de tudo a minha volta e me concentrei em fazer o bebê nascer. Lembrei do períneo, não deveria fazer tanta força pois poderia lacerar. Pensei "dane-se, se lacerar já era, não tem como controlar". Era meu corpo, sozinho, fazendo a força. Eu não conseguia medir ou parar a força no meio, era muito mais forte do que eu.
Alguém disse que eu poderia voltar pra água, nem lembro se respondi, mas eu não queria mais nada, apenas ficar ali.
Não lembro quantos minutos foram, nem quantas forças, nem quantos assopros...senti uma queimação, um desespero, algo muito forte, pensei que não ia aguentar e de repente: um alívio. "Não creio, o bebê voltou todo pra dentro de novo..." pensei, em um segundo, até que senti um corpo quentinho escorregando pra fora.
Olhei pra baixo. Aquela aguinha saindo. Sim, a bolsa não tinha estourado, nasceu empelicado. Chorei. Chorei muito quando vi ele ali, ao alcance das minhas mãos, aquele chorinho e um corpo perfeito. Ele estava ali, bem na minha frente e veio pra mim. Saiu de mim, voltou pra mim.
Agarrei meu filho, meu amado e tão esperado filho. Tentava falar alguma coisa, mas o choro não deixava.
Olhei pro Andrei, soluçando, também tentando falar algo. Era em vão, não tinha o que falar, apenas sentir e viver aquele momento. Ficamos nós três ali, juntos pela primeira vez. Foram alguns minutos, mas parecia uma eternidade. Nós três, nossa família, na nossa casa!
Passaram, no máximo, 5 minutos e levantei da banqueta, com ajuda de alguém que não lembro agora.
Fomos para cama, ele bem grudadinho em mim. Eu não conseguia parar de olhar, cheirar e abraçar meu filho. Ele era tão perfeito, era tão grande e tinha o melhor cheirinho do mundo (ainda tem). Eu o amei naquele momento, eu entendi o que sempre tentavam explicar, mas não existe explicação. É algo que nos transborda...
Aconteceram muitas coisas à minha volta, mas é em vão tentar lembrar, pois eu só tinha olhos para ele.
Com ajuda da Zeza ele pegou o seio. Momento tão esperado por mim, amamentar meu bebê logo após o nascimento. Ficamos nos curtindo um bom tempo, nós dois naquele contato pele a pele tão gostoso.
Lembrei do cordão, procurei, queria sentir pulsar mas já havia parado. Era fininho.
Andrei veio, com a ajuda da Zeza para cortar. Rudá nem se mexia, mamando loucamente hehe
Depois de quase uma hora senti umas contrações beem mais leves que antes e algo quentinho escorregando. A placenta. Pedi para ver, que coisa linda, àquela que alimentou meu filho por 9 meses.
Rudá havia parado de mamar e era hora de ver suas "medidas". Ali mesmo, na nossa cama, bem a minha frente e com a ajuda do papai, foi medido sem violência: 51 cm. Foi pesado também e nessa hora chorou um pouco: 3,295 kg. Colocaram uma roupinha nele e voltou pra mim, não foram nem 10 minutos de "separação", mas parecia uma eternidade para gente rsrs
Aí chegou a hora que eu mais temia: laceração. Zeza examinou e nada. N-a-d-a. Não precisei de nenhum pontinho. "Tudo lindo", segundo ela haha Ufa, que alívio.
Logo depois chegou a vovó e o vovô para conhecer o nosso pacotinho. Ficaram muiito emocionados.
Enquanto isso, a equipe maravilhosa continuava cuidando de tudo. Arrumaram a casa, fizeram lanchinho para mim, cuidaram de tudo.
Já era 2h da manhã quando todos foram embora e, finalmente, ficamos só nós três.
Mergulhados ainda em tanta ocitocina, era difícil parar de olhar nosso pequeno ser perfeito, era difícil descansar, dormir. Ali comecei a pensar em tudo que aconteceu. Não conseguia acreditar que já tinha acabado, que eu tinha conseguido.
Tanto tempo pesquisando, buscando informações, até decidir por ter um filho e saber exatamente a forma como queríamos que ele nascesse e pronto, ele estava ali.
Passava um filme na minha cabeça.
Os dois anos em que me informei, estudei, li muito sobre os tipos de parto. Sempre quis o parto normal, mas nunca me imaginei indo para um hospital parir. Quando descobri o parto domiciliar, tudo fez sentido. e agora eu tinha conseguido. Eu era demais mesmo! Me senti a mulher mais forte do mundo.
Havia trazido meu filho ao mundo sem precisar de ninguém. EU, COM AS MINHAS FORÇAS! Isso era surreal.
Claro, tive o apoio do meu amado marido, da minha super doula e de duas enfermeiras maravilhosas que foram essenciais em todo o processo, mas o negócio era comigo. Eu que mergulhei dentro de mim, que revivi momentos difíceis, que senti medo. Tudo isso era comigo e eu superei tudo.
O parto é o momento mais lindo e especial na vida de uma mulher. Não é só o nascimento de um filho, é o nosso próprio renascimento.
Se doeu? Doeu sim, mas é um dor boa, é uma dor de vida, uma dor diferente de tudo que já senti. E posso falar, de verdade? No outro dia eu não conseguia lembrar que dor era essa, não lembrava por nada e queria viver tudo de novo. Juro! Eu, que dizia que tão cedo não queria outro filho, perguntei pro meu marido quando poderíamos ter o segundinho, só pelo fato de querer parir de novo hahaha
Sei que cada uma tem sua história e suas escolhas, mas não consigo entender como uma mulher abre mão de viver um momento tão especial e único e coloca isso na mão de um médico que nada sabe sobre a vida dela. Se eu pudesse fazer com que todas vivessem o que vivi, eu faria, pois vale muito a pena. Via de nascimento não faz de ninguém mais ou menos mãe, mas eu digo que sim, me senti muito mais forte e mais mulher e tenho orgulho de dizer: eu pari meu filho!
Agradeço, primeiramente a Deus e o Universo, pelo filho maravilhoso que me mandaram e por um parto lindo, respeitoso, rodeado de amor.
Andrei, meu marido, que entrou de cabeça comigo, que se permitiu aprender e me ouvir. Entendeu como seria a melhor forma de trazer nosso filho ao mundo. Foi meu apoio do começo ao fim. Esteve comigo em todos os momentos, me passou segurança e foi tão importante na hora em que achei que não conseguiria.
A equipe espetacular, que procurei antes mesmo de engravidar e fiquei segura da minha escolha. Ricardo Jones, que não acompanhou o parto, mas a gravidez toda nas consultas. Zeza, Isabel e Zezé que me deram todo apoio, tiveram toda a paciência e carinho com a gente.
Nossas famílias, que mesmo não gostando muito da ideia no começo, nos apoiaram e ajudaram com tudo que foi preciso.
Minha gratidão eterna a todos que torceram sempre por nós. Sem palavras todo carinho que eu, Andrei e Rudá recebemos de todos. Nunca conseguiremos agradecer a altura.
*Sei que algumas vezes um parto natural não é
possível, acho linda a cesariana quando é necessária, mas gostaria que todas as mulheres se informassem e buscassem um atendimento respeitoso e digno, que fossem protagonistas do momento mais lindo da vida.